Os preços sobem desde o setembro, quando foram dados os primeiros sinais de que a safra de cana no Sudeste do Brasil seria insuficiente para atender a demanda de combustíveis no Brasil. No dia 1° de fevereiro o governo reduziu a quantidade de álcool na gasolina de 25% para 20%. Na última sexta-feira foi a vez de reduzir em R$ 0,08 a cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que incide sobre a gasolina.
No caso da gasolina, a redução do tributo deveria representar uma queda de R$ 0,10 no preço do litro cobrado pelas distribuidoras na Bahia, de acordo com a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis). Em nota à imprensa a entidade informa que a média do desconto praticado no Estado foi de R$ 0,075, segundo levantamento feito entre filiados.
Especulação - O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis da Bahia (Sindicombustíveis), Walter Tannus de Freitas, diz que o repasse das distribuidoras não está acontecendo. “De um modo quase inexplicável, estão especulando bastante”, diz.
A principal distribuidora de combustível do País é a estatal BR Distribuidora, que se comprometeu a repassar a queda da Cide. “A Companhia acredita que o reflexo desta decisão deverá ocorrer em breve nos postos BR localizados em todo território nacional”, informou a empresa através de nota.
Enquanto torce para a promessa da BR se concretizar, a solução para o funcionário público José Wellington Santos, que roda entre 200 e 250 km por dia, é pesquisar. “Apesar dos preços parecidos, dá para encontrar gasolina mais barata”, garante. De acordo com a ANP, o menor preço em Salvador é de R$ 2,68, no Barbalho. Cinco postos vendem a mais cara, por R$ 2,80.
Há quem acredite que as medidas, que tinham como objetivo estimular uma redução nos preços dos produtos, deveriam ter sido tomadas mais cedo. “Os preços começaram a aumentar desde setembro, mas o governo demorou de reduzir a participação de álcool na mistura da gasolina”, lembra o professor do mestrado em energia da Unifacs, Luiz Pontes.
“A questão é tão séria que gerou um pico na inflação”, lembra o especialista. “Seria razoável que o governo discuta com a Petrobras a possibilidade de reduzir o preço da gasolina”, sugere Pontes. Quanto ao álcool, a solução, acredita, é esperar pela entrada da nova safra no mercado, entre março e abril.
Texto: Atarde
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